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147 | Sua correspondência ficou presa no Correio?

Sabe aqueles dias em que tudo parece querer dar errado, mas no fim acaba surpreendendo a gente? Pois é, foi mais ou menos isso que aconteceu quando resolvi fazer uma visitinha ao Correio da cidade.

Eu me arrisquei, mesmo sem me sentir preparada — e, para minha surpresa, vi que estava sim! Fiquei feliz. No entanto, assim que saí do local, percebi que tinha esquecido um pequeno detalhe: aquela "cartinha laranja".

"Ah, não... Vou ter que fazer tudo de novo?"

Lá fui eu novamente, dar umas bisbilhotadas onde não devia. Não posso ser culpada por essa curiosidade — convenhamos, em pleno ano 147 da era digital, com e-mails, celulares, chamadas de vídeo... Espera, isso me deu um déjà-vu. Acho que já comentei algo parecido antes, mas não vou lembrar agora.

"O que será que enviam de tão importante, escrito à mão? Quais sentimentos?"

Foi, sem dúvidas, a pior manobra que já fiz. Na minha cabeça, já conseguia ouvir o som das sirenes. E para minha surpresa (mais uma vez), saí de lá ilesa — e meu pai nem estava lá com aquela cara feia de desapontamento.

Não sei por quê, mas sempre que me imagino sendo capturada pela polícia, o que me vem à mente é justamente a expressão de decepção do meu pai. Aquilo pesa mais do que qualquer bronca.

Na semana seguinte recebi um "prêmio" pelo meu mau comportamento. E olha... esse eu realmente não esperava ganhar, porque foi um dos piores assaltos que já fiz. Tá valendo.

E aos vizinhos que tiveram suas cartinhas extraviadas: fiquem tranquilos, seus segredos estão seguros comigo. Logo as correspondências chegam às suas casas.

Aliás, confesso: não gostei muito do sistema do Correio. Então, se depender de mim, sem mais atrasos nas entregas — vou evitar aquele lugar ao máximo.



"Bem que minha mãe me avisou…"