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sobre ficar do lado de fora da porta

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Andei lendo alguns artigos na The Insider e um me chamou a atenção, pois fala da necessidade de aceitar os nossos erros como parte do processo saudável de viver.

Quando somos jovens, vivemos sob a perspectiva de que precisamos estar certos o tempo inteiro e que jamais seríamos capazes de machucar alguém ou até mesmo as pessoas que amamos. O teatro cai quando crescemos e percebemos que todos somos capazes de cometer algo assim. No entanto, como dizia o texto que li, o problema que não pode — e nem deveria — acontecer é a tentativa de viver sob uma ótica que não condiz com a realidade e a invalidação da dor do outro.

O fato é que, enquanto estivermos vivos, cada uma de nossas atitudes vai ter efeitos ao envolver outras pessoas, e cada uma destas reagirá de uma maneira diferente. Nossas ações terem consequências em nossa mãe e nosso irmão, enquanto nosso melhor amigo esboça uma reação mais agradável para nós, não significa que os dois primeiros nos suportam menos. Significa que eles reagiram às nossas ações, tal como eles têm o total direito. Assim como nós mesmos, também temos e provavelmente reagimos e continuaremos reagindo às ações dos outros.

Mas, se for assim, qual é o processo a ser seguido? Talvez seja hipócrita alguém que passa mais tempo batendo em gerentes com um taco de beisebol do que qualquer outra coisa falar sobre moralidade, mas quase quarenta anos me fizeram ter a certeza de que é necessário ter o mínimo de discernimento moral para viver em um ambiente saudável, duradouro e estável com as pessoas.

É necessário ficar do lado de fora da porta da idealização e da romantização e dar valor às dores que causamos nos outros. A vida, na grande parte do tempo, é sobre ser uma pessoa responsável e consciente emocionalmente com aqueles que amamos. É também sobre ter humildade para recuar e saber pedir desculpas. E é justamente isso que procuro passar aos meus filhos, e o que durmo com a esperança de acordar para dar sentido.

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